AINDA ESTICO O BRAÇO
Em criança tive a sorte de ter uma paragem de autocarro à porta de casa.
E mesmo à frente da minha casa, depois da estrada, havia um vale longo, verdinho e ao fundo dois montes em jeito de maminhas.
Hoje, claro, nada disso existe, nem vale nem montes.
Apenas se vê um amuralhado de prédios.
Perdeu-se, como dizia o outro, o longe e a distância.
Lembro-me como se fosse hoje, fechava a porta, dirigia-me à paragem, esticava o dedo em riste e dizia à minha irmã:
"Olha lá ao fundo a mancha preta daquela vaca!"
"Aonde?"- dizia ela divertida.
"Ao lado da ovelha azul!", e ela ria-se com a palermice.
Quase sempre este momento coincidia com a chegada da camioneta e mais tarde do autocarro.
Posso dizer, sem mentir, que nunca pedi ao motrista da camioneta para parar, ele parava porque queria, isto é, coincidia, sei lá.
Ontem estiquei o braço, o dedo apontava para longe e esse veículo maravilhoso, o metro, parou.
Vi pessoas que se riram.
Eu olhava para mais longe do que elas podiam imaginar.
E mesmo à frente da minha casa, depois da estrada, havia um vale longo, verdinho e ao fundo dois montes em jeito de maminhas.
Hoje, claro, nada disso existe, nem vale nem montes.
Apenas se vê um amuralhado de prédios.
Perdeu-se, como dizia o outro, o longe e a distância.
Lembro-me como se fosse hoje, fechava a porta, dirigia-me à paragem, esticava o dedo em riste e dizia à minha irmã:
"Olha lá ao fundo a mancha preta daquela vaca!"
"Aonde?"- dizia ela divertida.
"Ao lado da ovelha azul!", e ela ria-se com a palermice.
Quase sempre este momento coincidia com a chegada da camioneta e mais tarde do autocarro.
Posso dizer, sem mentir, que nunca pedi ao motrista da camioneta para parar, ele parava porque queria, isto é, coincidia, sei lá.
Ontem estiquei o braço, o dedo apontava para longe e esse veículo maravilhoso, o metro, parou.
Vi pessoas que se riram.
Eu olhava para mais longe do que elas podiam imaginar.
8 Comments:
quando apanhar o metro vou esticar o braço :)
um beijo verde azul e preto como as tuas memórias
derreteu-me este post!
gestos de todos os dias, ams nao nas circunstancias de todas as horas!
sempre com a cabeça LÁ...
que bom...
Gostei muito do que aqui encontrei. Tente alimentar o bicho. É imprescindível e urgente.
é de ruborizar a face (a minha)... e ainda mais sabendo como também tu a ruborizavas com facilidade nesses tempos.
Lindo.
Adoro esses momentos!
Aqui estou eu para dizer que também gostei muito.
Sempre em forma, Knuque!
E a ovelha azul, ainda lá estava, no fim da linha para apontava o teu dedo?
;-)
Beijo
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